Violência: questão do governo e sociedade
O Brasil [Brasil,] como todo mundo está cansado de saber, é um país que apresenta elevados índices de desigualdade social e educacional. Estes [Esses] são a chave, ou melhor, a raiz do problema da grande violência pertinente em nossos dias. Quando um jovem comete o ato do crime, é porque ele foi posto como uma mera “barata” diante da massacrante sociedade capitalista, onde poucos detêm do muito e muitos detém [detêm] do pouco, e isso leva os detentores do “poder” a subestimar e “esmagar” as “baratas” aos seus “padrões”. E com isso aqueles que se veem obrigados a aceitar tais medidas, lembrando que este [esses] não contém [têm] recursos, disponibilidades e principalmente oportunidades, são levados a cometer um crime por querer se enquadra [enquadrar] no padrão imposto por a [pela] sociedade. Isso se confirma no por que [porquê] de um menor infrator chegar a matar outro jovem, querendo de início um simples tênis ou mesmo um celular “da hora” .
O governo deveria mais que por obrigação, evitar [obrigação evitar] a desigualdade social e educacional em nossos dias, e sim deixar de se preocupar com a próxima reeleição, pois medidas de combate ao déficit social e educacional não é nos quatro anos que se faz, são medidas feitas ao longo prazo. Tal fato é mais que comprovado no plano de metas do governo, no qual a educação aparece como uma das últimas medidas de prioridade, por a reeleição ser o alvo. Outra medida importante é participação da sociedade no planejamento e execução dessas medidas, pois se um jovem falha é porque a sociedade falhou, a escola falhou, a família falhou.
O problema da violência não é algo particular, é algo que envolve todos da sociedade. Desde a pessoa que dita o padrão da moda até o jovem de “boa classe” que usa este [esse] padrão. Se cada vez mais jovens são levados ao crime, é porque em seu convívio familiar e em sua comunidade falta algo que em outro por ele visto, sobra [visto sobra] . A redução da maioridade penal não é a questão a ser discutida, e de maneira nenhuma resolverá o problema da violência, ela só [o] agravará mais ainda. Quando se toma partido do grupo do “sim”, estamos simplesmente tirando a nossa culpa quanto [enquanto] sociedade e jogando ela [jogando-a] apenas no governo, e isso não é o certo. Aceitado [Aceito] o dever de combater as desigualdades juntamente com o governo, estaremos evitando que os menores infratores de hoje não sejam os maiores amanhã.
Comentário geral
O texto peca pela prolixidade, por uma análise marcadamente ideológica da questão, que dificilmente se sustentaria, caso tivesse que se discutir o mérito da questão. Associar violência à pobreza é uma falácia, basta lembrar que os assassinos da dentista queimada viva em São Paulo eram jovens de classe média. Mas o autor tem o direito de pensar como quiser. O importante é que sabe expor suas ideias num texto dissertativo, argumentando em defesa de seu ponto de vista. Poderia ser mais sintético, com o que evitaria deslizes de linguagem.Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: com uma frase confusa, o autor quis dizer apenas: "a maioria responde sim, como comprova pesquisa realizada em São Paulo, com 93% a favor da redução".2) Segundo parágrafo: a) Bastava dizer: grande violência em nossos dias. b) Bastava dizer: comete um crime. c) Deter é transitivo direto. A frase é confusa porque o autor passa a usar do sentido figurado inadequadamente e constrói uma argumentação obscura: ora, se as baratas são esmagadas, como elas podem sair por aí matando as pessoas? Não estamos discutindo a ideia. Tudo bem que o autor acredite que o problema é social, etc. O modo de expressar isso é que é inadequado: barata esmagada não renasce e sai matando seus esmagadores.
3) Terceiro parágrafo: a) o "sim" só se justificaria se antes houvesse uma negação. b) A expressão é confusa: se está entre as prioridades, mesmo que entre as últimas, talvez não seja tão ruim, não é mesmo? Melhor seria não usar a palavra "prioridade".
4) Quarto parágrafo: cuidado com a dupla negação. O certo é "evitar que sejam". E não evitar que sejam maiores, pois isso só se evitaria se eles morressem, mas evitar que eles continuem no crime.
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