“O problema é que tanto o serviço público quanto o privado desafiam a
saúde e o fôlego dos brasileiros. O maior estorvo, é claro, está no
atendimento oferecido pelo governo. De acordo com levantamento realizado
junto a secretarias de saúde de sete capitais (São Paulo, Rio de
Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte e Curitiba), ao
menos 171.600 pessoas estão na fila para fazer uma cirurgia eletiva -
procedimento agendado, que não possui característica de urgência. A
demora para a realização de um procedimento ortopédico, por exemplo,
pode levar até cinco anos.”
[Veja]
“Números oficiais do
próprio CFM indicam que 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas
regiões Sudeste e Sul do país. E em geral trabalham nas grandes cidades.
Boa parte da clientela dos hospitais municipais do Rio de Janeiro, por
exemplo, é formada por pacientes de municípios do interior. Segundo
pesquisa encomendada pelo Conselho, se a média nacional é de 1,95
médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a
4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de
Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo
oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um
médico para mil habitantes.”
[Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, texto de Pedro Porfírio]
Redação:
Valorização profissional: O melhor caminho
Não
é nenhum segredo que o Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) não é
muito eficiente, a falta de investimentos no setor chega a ser algo
vergonhoso para o país e afeta, de certa forma, o serviço privado de
saúde impedindo a agilidade no atendimento e favorecendo a criação de
filas cada vez mais longas. Mas o que fazer para que se possa reverter
essa situação?
A falta de médicos em regiões do interior fez com
que surgisse a proposta da contratação de médicos estrangeiros para
exercerem sua profissão no Brasil o que gerou uma enorme repercussão no
país, afinal, não faltam médicos no Brasil, o que faltam são condições e
valorização do trabalho, entretanto o problema persiste há muito tempo,
tornando inviável que pessoas de baixa renda desfrutem de uma saúde
pública de qualidade por, simplesmente, habitar regiões desfavorecidas
economicamente. O fato da remuneração para os médicos no SUS ser baixa
faz com que estes profissionais optem por trabalhar no setor privado de
saúde, alguns se dividem entre o sistema público e o privado, mas não é o
suficiente, pois estes passam pouco tempo atendendo em postos e
hospitais públicos. A ineficiência do SUS faz crescer cada vez mais a
discussão sobre o uso do dinheiro público, no Brasil se paga os impostos
mais caros do mundo é mais do que justo ter um Sistema Único de Saúde
impecável.
Esse é um problema interno e deve ser resolvido dentro
do país; a supervalorização de médicos estrangeiros não é a melhor
medida a ser tomada, o melhor caminho a ser seguido é a implantação de
unidades de saúde pública descentes em regiões afastadas e é claro a
valorização do profissional que estudou durantes anos para exercer uma
das mais belas profissões.
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