ALS, associação americana para pessoas com esclerose lateral
amiotrófica, conseguiu, em 20 dias, um total de US$ 22,9 milhões em
doações. No Brasil, arrecadação também aumentou
O desafio do balde de gelo (Ice Bucket Challenge) já rodou o mundo. De
Neymar a Bill Gates, passando por Gisele Bündchen, várias celebridades e
presidentes de grandes empresas já tomaram um banho gelado e divulgaram
seus vídeos na internet. A proposta é a seguinte: ou você joga um balde
com água e gelo sobre a sua cabeça ou doa US$ 100 para a ALS
Association, uma entidade sem fins lucrativos que ajuda pacientes e
incentiva pesquisas sobre a esclerose lateral amiotrófica (ELA, na sigla
em português).
Um dos motivos para o desafio ter se espalhado tão rápido é que, caso a
pessoa decida tomar o banho de gelo, ela precisa indicar outras três
pessoas para decidirem se encaram a água gelada ou fazem uma doação.
Claro que nada impede que a pessoa faça as duas coisas. Nem que ela doe
um valor maior ou menor do que o proposto.
A campanha já deu resultados. Segundo nota divulgada pela ALS Association,
do dia 29 de julho ao dia 19 de agosto, as doações somaram US$ 22,9
milhões, cerca de 12 vezes mais em relação ao mesmo período no ano
passado, quando foram doados US$ 1,9 milhão. Além disso, 453 mil novos
doadores entraram para a lista da ALS.
Aqui no Brasil, a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica
(ABRELA), também sentiu o impacto da repercussão. A instituição ainda
não tem números exatos, mas segundo Élica Fernandes, gerente-executiva,
as doações que eram cerca de dez por mês aumentaram para dez por dia.
"Além disso, em 15 anos nunca houve tanto espaço para falar sobre isso",
diz Élica. Origem da brincadeira
Ninguém sabe exatamente quem é o dono da ideia do balde de água. Segundo o site Slate,
muita gente (e a própria ALS) está dando o crédito para Pete Frates, um
ex-jogador de basquete que foi diagnosticado com esse tipo de esclerose
em 2012. No entanto, segundo o repórter Will Oremus, o desafio na
verdade era uma brincadeira entre atletas de diferentes modalidades.
Aqueles que se recusassem a receber um banho de gelo teriam que doar US$
100 a uma instituição de caridade (qualquer uma). Mas no fim da
história, a ALS Association é quem levou vantagem. A doença
Provavelmente, a pessoa mais conhecida portadora de ELA é o físico
Stephen Hawking. A doença é considerada rara, com cerca de um caso
diagnosticado anualmente a cada 100 mil pessoas. É provocada pela
degeneração progressiva de neurônios motores no cérebro e na medula
espinhal. Fraqueza, atrofia e fasciculações (pequenos movimentos
musculares involuntários) nos membros são os sinais clínicos mais
evidentes. Mais tarde, são afetadas as funções vocais e respiratórias.
Geralmente, as capacidades mentais e psíquicas permanecem inalteradas.
Não existe cura para a doença.