Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

domingo, 23 de março de 2014

DENUNCIA NO PRONTO SOCORRO DE FRANCA,VEJA O QUE a médica Cláudia Poubel DIZ,É UMA VERGONHA...

Diretora do Pronto-Socorro Municipal “Álvaro Azzuz” afirma que os médicos apresentaram uma proposta para a Prefeitura rever esquema de horas extras no ano passado, mas ainda não obtiveram resposta

Diante de uma enxurrada de denúncias sobre irregularidades na Rede Municipal de Saúde, envolvendo um esquema fraudulento de pagamentos de horas extras a médicos, a diretora clínica do Pronto-Socorro Municipal “Álvaro Azzuz” resolveu falar. Por telefone na manhã de sexta-feira, a médica Cláudia Poubel confirmou que as mesmas práticas ilegais denunciadas pelo Ministério do Trabalho e pela Procuradoria da República nas unidades da UBS do Aeroporto e do Samu também existem no PS. E foi mais longe. Disse que este é o sistema adotado pela Prefeitura para o pagamento de médicos da rede (leia mais na página A4). 
 
Para defender os profissionais, na entrevista de 30 minutos, Cláudia repete, como um mantra, que o pagamento de horas extras existe porque faltam médicos, mas não diz qual é o déficit. 
 
Sobre as irregularidades, lava as mãos: “Encaminhamos uma proposta para a Prefeitura. Sabíamos que isso ia dar problema com o Ministério Público, mas não tivemos respostas.” 
 
Como responsável pelo corpo clínico do PS, é ela quem determina as escalas e aciona os profissionais para o trabalho ou plantão. Apesar disso, disse desconhecer o total de horas extras pagas aos médicos do PS.
 
A senhora procurou o jornal para falar das denúncias que envolvem o pagamento de horas extras aos médicos...
Exatamente. É porque queria deixar claro que existe um concurso já homologado e que nenhum novo médico foi chamado. Os médicos que temos hoje no pronto-socorro não comportam o número de atendimentos, que é muito grande. Por conta disso, os profissionais são obrigados a fazer horas extras. Talvez nem por vontade própria, mas para suprir a necessidade da população. 
 
Em média, os profissionais do pronto-socorro fazem quantas horas extras por mês? 
Esse número não tenho exato, mas as horas extras são feitas tanto pelos médicos como pelos enfermeiros. 
 
Essas horas extras a que a senhora se refere são horas trabalhadas além da jornada pela qual os médicos são contratados ou horas extras pagas aos profissionais que atingem a cota estipulada por decreto?
Para além do que foi contratado. 
 
Então, posso dizer que a senhora garante que todos os médicos do Pronto-Socorro “Álvaro Azzuz” cumprem suas 12 horas de plantão?
Eles têm o plantão de 12 horas, mas eles têm também as horas extras pelo excesso de trabalho.
 
Não ficou claro. Esse excesso de trabalho é o tempo que ficam além das 12 horas ou é porque ultrapassaram a cota de atendimento de pacientes?
O que acontece é o seguinte. Nós temos, sim, um sistema de produção. Esse sistema é para os atendimentos mais simples, que não são de urgência e emergência. Na verdade, esses atendimentos nem deveriam ser feitos no PS. Tinham que ser resolvidos nas UBSs. Como o atendimento das UBSs não funciona, eles acabam indo para o pronto-socorro. É o paciente, por exemplo, que tem uma dor de garganta, que está gripado. Isso é acordado com a Prefeitura. Nada é feito sem consentimento. 
 
Pelas denúncias do Ministério do Trabalho, os médicos que fazem este atendimento de não urgência, vamos dizer assim, recebem horas extras depois que atingem uma determinada cota de pacientes...
Existem profissionais que trabalham por produção. Mas tem também os que cumprem as 12 horas. São dois sistemas de atendimento dentro do pronto-socorro. Tenho muito medo de falar com vocês porque não quero que deturpem o que vou falar.
 
Justamente para que isso não ocorra é que estou insistindo em esclarecer.
Deixa eu tentar explicar. Tem profissional que é contratado por 20 horas semanais. Aí ele vai e faz um plantão de 24 horas. Então, ele já cumpriu a carga horária pela qual é contratado naquela semana. Se for acionado novamente, seja para o plantão ou para o atendimento de não urgências, ele vai receber hora extra. 
 
Agora me explica o atendimento feito por produção.
É um decreto assinado pela Prefeitura. O profissional atende um número X de pacientes e depois ganha por hora. Mas isso é um decreto que vem sendo cumprido desde o governo do Sidnei (Rocha, ex-prefeito). 
 
Quem determina tanto as horas extras por produção ou por extensão de jornada?
O profissional cumpriu a jornada dele, e, por exemplo, deu 18 horas e estou com 150 pacientes na espera. Ligo e vou chamando o pessoal para me ajudar a suprir a demanda. Tem muita gente que preferia estar com a família, passeando e se dispõe a ir lá. Se tirar as horas extras do profissional, o pronto-socorro vai ficar descoberto. Aí que não vai ter profissional mesmo.
 
Os auditores do Ministério do Trabalho dizem e comprovaram nos autos que seria impossível certos profissionais cumprirem o número de horas extras que foi pago pela Prefeitura. Tem profissional, por exemplo, que cumpre a cota de pacientes em uma hora e meia, mas, na verdade, ele recebe o restante da jornada que seria normal como horas extras porque já atendeu a cota. Esta situação também acontece no pronto-socorro?
Acontece devido à produtividade. A produtividade ele recebe por hora. No final do ano passado, foi levada uma proposta para a Secretaria de Saúde para resolver este problema. Sabemos que isto é um problema e poderia causar problemas futuros com o Ministério Público, mas até hoje a gente não obteve resposta (da Secretaria).
 
Os médicos, então, apresentaram uma alternativa à Prefeitura e não tiveram resposta?
Isto. A gente sempre cobra uma posição porque sabemos que, para o Ministério, isto não é o correto. Ninguém está burlando ou roubando alguma coisa. Nós estamos trabalhando. Sabemos que a forma como foi estipulado poderia causar algum problema, por isso sentamos com um advogado, fizemos uma proposta, encaminhamos isto para a Prefeitura no final do ano passado e não veio resposta até agora.
 
A senhora se lembra a data em que isto foi encaminhado para a Prefeitura? E o que dizia esta proposta?
Foi mais ou menos em novembro. Não tenho uma data certa. Estamos tentando resolver este problema há algum tempo. A gente sabe que isto pode trazer prejuízo para os médicos. Ninguém está agindo de má-fé. Está todo mundo trabalhando, tentando atender a população, mas sabemos que esta forma que a Prefeitura usa para fazer o pagamento dos médicos pode causar algum problema.
 
Na opinião da senhora, não seria mais justo oferecer um salário base maior para os profissionais do que ter este esquema de horas extras para turbinar os salários?
O nosso salário é bem abaixo. Mas não adianta só aumentar o salário e não aumentar a oferta de médicos. O maior problema é que são muitos pacientes para poucos profissionais. O médico tem que se desdobrar em muitos para poder atender a população. Acredito que o erro todo é que a procura pelo pronto-socorro é muito grande. A maior parte dos atendimentos poderia ser resolvida nas UBS, mas isso não acontece. As pessoas preferem ir ao PS, talvez seja um problema educativo. 
 
Há reclamações em relação ao atendimento no pronto-socorro, inclusive, com boletins de ocorrência registrados na polícia. A que a senhora atribui tantas queixas?
O profissional fica com uma sobrecarga e isto vai desgastando. Ele está trabalhando muito mais do que deveria trabalhar e isto acaba prejudicando. Mas descaso acho uma palavra meio pesada.
 
Não há descaso no PS?
A gente tenta prestar o melhor serviço. Em termos de demora, os prontos socorros particulares na região têm um tempo de espera muito maior que o nosso.
 
Recentemente, noticiamos quatro casos de pacientes que morreram após passarem pelo PS. As famílias acusam os médicos de negligência. Elas estão erradas? 
Não posso entrar em detalhes. Mas no caso da Luara Prieto, que faleceu em janeiro, o processo já foi encaminhado para o Conselho de Ética e já está no Conselho Regional de Medicina. O que posso dizer é que o atendimento dela dentro do Pronto-Socorro foi muito bem feito. Acredito que no PS não teve problema nenhum quanto a este caso.
 
No caso da morte da dona de casa Francisca Firmina, uma testemunha afirma que o médico a atendeu de forma rápida pedindo que o próximo paciente entrasse com elas ainda dentro do consultório. O que a senhora diz a respeito?
Não posso falar muito a respeito destas coisas porque é particular. Este também já foi enviado ao Conselho de Ética e ao Conselho Regional de Medicina. O que posso falar é a respeito da grande demanda. Isto gera um desconforto para todo mundo. Os problemas que são mais graves e deveriam ser verificados com mais calma estão sendo deixados em segundo plano por conta da grande demanda do pronto-socorro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário