O termo inglês foi incorporado em outras línguas, sendo usada com muita frequência no Brasil e em Portugal. Embora, algumas vezes, gay seja usado como denominador comum entre homens e mulheres homossexuais e bissexuais, tal uso tem sido constantemente rejeitado por implicar na invisibilidade ante a lesbianidade e a bissexualidade. Da mesma forma, o senso comum algumas vezes atribui a palavra a pessoas travestis ou transexuais, atribuição esta resultante do desconhecimento da distinção entre sexualidade e gênero.
Conquanto a cultura contemporânea em geral tenha herdado o termo diretamente do inglês (gay = "alegre, jovial"), o vernáculo inglês colheu-o do francês arcaico (gui, com o mesmo significado) e este, por seu turno, obteve-o do latim tardio (gaiu, com semelhante significado).
Assim, a etimologia remonta o termo atual a três transições cultural-linguísticas: do latim tardio ao francês; do francês (arcaico) ao inglês; do inglês às demais culturas atuais.
A palavra originariamente não tinha conotação sexual necessária. Era usada para designar uma pessoa espontânea, alegre, entusiástica, feliz, e, nesse sentido, pode ser encontrada em diversas literaturas americanas, sobretudo as anteriores à década de 1920.
No entanto o significado preliminar da palavra gay mudou drasticamente nos Estados Unidos, vindo a assumir o significado primordial atual, que, com a difusão da cultura estadunidense, tem sido amplamente utilizado.
O termo gay, já marcado pela conotação sexual, ao ser difundido pelos países lusófonos, era utilizado principalmente de forma pejorativa contra homens gays. Contudo, a utilização da palavra pelos próprios homossexuais, a se referirem a si mesmos, fez com que a conotação negativa fosse amenizada. Em outras palavras, os homossexuais apropriaram-se da palavra, na busca de retirar-lhe, assim, a carga insultuosa.
Existem muitos sinônimos desta palavra no idioma português. No entanto, o uso dessas palavras é desaconselhado por serem consideradas de uso chulo e/ou de fundo preconceituoso.
O que é gay?
foto: divulgação
Com essa pergunta do título, nos deparamos com uma discussão
interessante na Redação. Por quê? A resposta lhe parece fácil? Pois bem,
não é. Gay, como todos sabem, é uma expressão
norte-americana. “Alegre”, significa. E, pasmem, a origem remonta a
associações discriminatórias. Sabe quando um homossexual tem trejeitos e
é afeminado? Pois bem, deram a esta palavra a alcunha de “alegre”. Ou
“alegrinho”, como já ouvi certa feita.Nos EUA, gay tornou-se um estilo de vida, um rótulo. Lá, onde tudo é dividido, onde tudo tem uma definição, existe ainda o queer, que também quer dizer homossexual, mas não quer dizer gay. Deu um embrulho aí no tico e no teco? Explico: queer é a atitude politizada, militante e que discute. E gay então? Gay, como disse, é o estilo de vida: bon vivant, alegre
Na transposição do termo para a língua brasileira (dando uma de Pasquale Cipro Neto), a definição se perdeu. E gay virou um sinônimo, e nada mais do que isso, de homossexual. Sem política, sem estilo de vida. A discussão tomou forma na Redação porque, ultimamente, tem homossexual dizendo que não é gay. E parece ser uma espécie de movimento que se embrenha nas entrelinhas até que ela se metamorfoseie fisicamente. É a homofobia (e aqui se usa homofobia e não gayfobia) internalizada que agora vira externalizada. De nós mesmos contra nós mesmos. Onde os rótulos vencem, onde se pronuncia a guerra entre os “afetados”
Que tal se parássemos de usar rótulos? E que apenas a palavra homossexual pudesse definir esse “público”, porque é a verdade, somos homossexuais. E temos a aprovação da língua. Na acepção linguística: homo + sexual. Gostar do mesmo sexo. Seria o mínimo de definição com relação aos heterossexuais. E daí cada um seria livre para ser o que quiser dentro da miríade de possibilidades na sexualidade humana. Sem rótulos, sem expressões que definam, sem necessitar de palavras estrangeiras escritas em itálico.
P.S.: Momento sorriso. Segundo o Augusto, homossexual é “sabão em pó para lavar o sexo”.
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