Rombo de US$ 75 bilhões faz com que o país entre em alerta
Banco Central aumenta a previsão de deficit
nas contas externas e preocupa analistas. O Brasil ficará cada vez mais
dependente de capital especulativo para se financiar. Moeda
norte-americana tende a refletir a redução do investimento estrangeiro
direto
As contas externas do Brasil vão de mal a pior. O Banco Central elevou de US$ 67 bilhões para
US$
75 bilhões a projeção para este ano do rombo nas transações do país com
o exterior. Ao refazer os cálculos, divulgados ontem, a autoridade
monetária reconheceu a dificuldade crescente em conter o deficit nas
operações que incluem receitas e despesas da balança comercial, da conta
de serviços e das remessas enviadas para o mercado internacional, como
lucros e dividendos.
Se confirmada a alta de 11,9%, o resultado
do setor externo será o pior da história. O BC começou a monitorar esses
resultados em 1947 e, desde então, o maior deficit registrado foi no
ano passado: US$ 54 bilhões. A instituição também subiu de 2,78% para
3,22% a equivalência desse rombo em relação ao Produto Interno Bruto
(PIB), o que configurará o índice mais alto desde 2011, quando essa
proporção chegou a 4,19% — acima de 3%, esse indicador acende o sinal de
alerta do mercado.
Com deficit acumulado de cerca de US$ 5
bilhões este ano, a balança comercial explica parte do quadro de
deterioração. O BC até vê uma melhora nessa conta, mas ela não será como
a projetada inicialmente. Tanto que a previsão de superavit recuou de
US$ 15 bilhões para US$ 7 bilhões. A autoridade monetária estimou queda
no total de exportações — de US$ 264 bilhões para US$ 248 bilhões — e no
de importações (de US$ 249 bilhões a US$ 241 bilhões).
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