Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

domingo, 9 de junho de 2013

Franciscano comemora um século de vida na próxima terça-feira

BIAGGIO PAOLINO, O FREI BERARDO
Franciscano comemora um século de vida na próxima terça-feira 

http://www.gcn.net.br/sys-adm/upload_imagem/%7B20130608225113%7D_a15_01_dom.jpgA lucidez, a alegria contagiante e a fé inabalável são características marcantes desse religioso italiano, que reside no Brasil há mais de seis décadas e na próxima terça-feira, dia 11, completará cem anos de vida. Biaggio Paolino ou simplesmente frei Berardo é um dos fundadores da Ordem Franciscana dos Frades Menores no interior do Estado de São Paulo. Ajudou a construir seminários, igrejas e a conseguir doações para obras sociais da comunidade. Sempre ligado as questões do campo, hoje ele vive no convento franciscano Santa Maria dos Anjos, na estrada vicinal que liga Franca a Ribeirão Corrente e é uma figura admirada por todos que o conhecem.
“O frei Berardo tem muita fé em Deus, vê a vida e as pessoas de forma positiva. É um homem com muita sabedoria de vida, nosso patriarca”, resumiu o pároco da Paróquia São Judas Tadeu, frei Antônio Carlos Marchioni.
Em razão do avanço da idade, frei Berardo, que hoje depende de uma cadeira de rodas, não está mais na ativa como antes, porém faz questão de participar da missa e orações diárias e, quando possível, das reuniões administrativas da ordem. Também continua sendo conselheiro para quem o procura e exemplo de vida para os religiosos recém chegados, além de manter a leitura, a escrita e sempre estar em meditação.
Filho mais novo de um casal de fazendeiros (que teve seis filhos), Berardo nasceu em Alvignano, na província de Caserta. Antes de entrar para o seminário, trabalhou na terra e mesmo quando decidiu por seguir a vida religiosa não abandonou o ofício. “Quando cheguei no convento, o superior achou melhor que eu ficasse com os trabalhos do jardim”, disse o frei, já justificando o fato de não ter se tornado padre.
A decisão de abandonar a família e os bens - semelhante a de São Francisco - foi ato de coragem e não teve a aprovação de seu pai. Frei Berardo diz que a escolha era “o caminho mais fácil de encontrar Deus e de viver em paz”.
Com o sotaque italiano ainda carregado, frei Berardo disse que o pai chegou a oferecer uma propriedade em troca de sua saída do convento. A oferta deixou o jovem, na época com 22 anos, balançado mas foi recusada após ouvir uma voz na igreja dizendo que ele tinha sido escolhido para a vida religiosa. “Andei 15 quilômetros a pé de madrugada só para dizer ao meu pai que não queria nada e a terra podia ser dada para outro.”
De volta ao convento, permaneceu no local por mais 12 anos até receber o convite para vir ao Brasil onde havia a necessidade de religiosos. A circular partiu do bispo diocesano de Jaboticabal, que pagou a viagem para a vinda dos religiosos, ainda na década de 40. No grupo inicial eram 12, mas somente cinco padres e cinco “freis-irmãos” fizeram a viagem. Berardo estava entre eles e é hoje o único sobrevivente.
A VIDA NO BRASIL
A viagem até o Brasil foi feita em um navio que também fazia o transporte de carga. Foram 15 dias em alto mar até chegar ao Rio de Janeiro em abril de 1947. De lá partiram de trem para São Paulo e posteriormente viajaram ao interior, onde foram distribuídos em cinco cidades. “Não havia franciscanos na região, eles foram os primeiros e ajudaram na implantação de seminários, casas de formação e nas obras sociais”, conta frei Carlos.
Frei Berardo foi morar primeiramente em Bebedouro com um padre e a permanência na cidade durou sete meses. Depois teve passagem por Mirassol, Olímpia, Paulo de Faria, Guaraci, Ribeirão Preto, todas no interior de São Paulo, até chegar em Franca no ano de 1995.
Em suas andanças, frei Berardo se especializou na arte de esmolar e com o dom da palavra conseguiu doações até de fazendeiros mais resistentes. “Andava em uma belina onde carreguei até porco gordo”, lembra, às gargalhadas, que são uma de suas marcas e também, segundo acreditam os freis com quem ele vive, um dos segredos para sua longevidade.
Com uma saúde de ferro, Berardo sempre teve uma vida regrada. Às vezes que foi parar no hospital ocorreu por conta do jejum prolongado. Além de São Francisco, frei Berardo também admira Santo Agostinho, aprovou a escolha do novo papa e diz já ter pedido [faz o gesto com as mãos] mais dez anos de vida.
Apaixonado pelo convento onde mora, frei Berardo tem inclusive planos para os próximos anos. Quer comprar duas vacas “boas de leite” com a venda de cinco vacas que ganhou, construir um poço artesiano e montar um pomar com muitas frutas.
Nesta semana, receberá os parabéns e participará da missa em louvor aos seus 100 anos marcada para terça-feira, dia 11, às 19h30, na Igreja São Judas, uma das paróquias franciscanas construídas pela ordem - hoje com 40 freis em oito cidades -que Berardo ajudou a fundar na região.

Nenhum comentário:

Postar um comentário