Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

sábado, 1 de junho de 2013

TelexFree: ORIENTAÇÃO AS PESSOAS QUE QUEREM ENTRAR NA TELEXFREE

  TelexFree: A casa caiu!? TelexFree: ORIENTAÇÃO  AS PESSOAS QUE QUEREM ENTRAR NA TELEXFREE

 https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRxSJ5u1TfNwGfGE_2Pv5Fr6ncxuKCsWog_b4yroEpyIm9LYroC
Fui convidado várias vezes para entrar no negócio da TelexFree. O convite não me agradou, pois reconhecia nele todos os perfis de outros sistemas que, no passado, já ferraram com milhares de pessoas. Quase embarquei no golpe da Amway na década de 90, mas preferi antes entender como funcionava a matemática do negócio. Era óbvio, o sistema não se sustentava infinitamente. Como sabem, leio todo o tipo de material que procede na rede e nos jornais. Mesmo publicado por quem já não aprecio tanto os textos. No blog de Luís Nassif (), leio a seguinte matéria (o texto é longo, mas merece ser destacado):

Nos próximos dias, provavelmente, o esquema de pirâmide da TelexFree será desbaratado e seus mentores detidos. É possível que seus bens (visíveis) sejam bloqueados. Mas terá sido em vão para mais de um milhão de pessoas que caíram no mais abrangente golpe financeiro da história do país. Apenas em 2012, o esquema movimentou R$ 300 milhõesDurante semanas o Ministério Público ficou discutindo se o tema era da alçada federal ou estadual. A Polícia imersa em indagações se era crime contra a economia popular, portanto afeita à Polícia Civil, ou crime mais abrangente, de responsabilidade da Polícia Federal. 

Enquanto pipocavam notícias de todo o país, de famílias vendendo até casa própria para aplicar no golpe, o Banco Central indagava-se se deveria entrar na parada, já que a TelexFree mexe com poupança popular mas não é uma instituição financeira. E a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) dizia que, só após provocada, faria alguma manifestação. Desde janeiro a Secretaria Nacional de Direito do Consumidor está perdida, analisando um produto que é auto-definível: basta analisar o modelo de vendas para saber se é golpe. 
Na era da Internet, há necessidade de se montar procedimentos rápidos para evitar a explosão dos prejuízos populares. Para tal, é importante entender como foi montado o golpe.


Os golpes clássicos com pirâmide

Os golpes com pirâmides são antigos e obedecem, quase sempre, à mesma lógica.

1. Escolhe-se um produto qualquer. E monta-se uma primeira lista de supostos vendedores com 10 nomes. Como o trapaceiro está iniciando o processo, provavelmente os 9 primeiros nomes da lista são clientes fantasmas, criados por ele.
2. As dez pessoas que receberam a lista, pagam o bônus para o primeiro da lista. Depois, montam uma nova lista, na qual o primeiro nome é excluído e a pessoa coloca o seu próprio nome no 10º lugar.

3. A nova lista é vendida para novas dez pessoas que pagam o primeiro da lista e montam novas listas, incluindo seu nome no 10º lugar. E o nome de quem vendeu para elas no 9º lugar.
4. Portanto, a primeira pessoa a quem a lista foi vendida terá que esperar nove rodadas, antes de começar a receber o retorno.
5. Quando chega sua vez, os primeiros compradores conseguem ganhar bom dinheiro, à custa dos que entraram depois. Cria-se a fantasia de que todos ficarão ricos. Ocorre que o crescimento da pirâmide é insustentável. Chegará uma hora em que não haverá mais incautos para adquirir a pirâmide e ela quebrará, deixando grande parte dos usuários no prejuízo bravo. Estudos estatísticos estimam que, em cada pirâmide, 88% dos participantes perderão dinheiro.

(...)
Uma corrente na qual o membro do grupo precise vender para 10 pessoas, na 5ª rodada exigirá 100 mil pessoas para não quebrar. Na 7º rodada, 10 milhões de pessoas. Na 10ª rodada, 10 bilhões de pessoas (!). Os golpes da pirâmide, ou corrente da felicidade, são antigos no Brasil. No caso de golpes, o produto ofertado pouco importava. A receita da corrente consistia no pagamento efetuado pelos novos aderentes aos que entraram primeiro. Nos anos 60, houve uma corrente famosa com LPs de Johnny Mathis. E outra com sapatos Samello. Em 2006, a Irlanda foi vítima do golpe da pirâmide.
O esquema Ponzi
O mais famoso golpe da pirâmide do século passado foi o "esquema Ponzi", criado pelo criminoso norte-americano Charles Ponzi. Imigrante italiano, Ponzi chegou aos Estados Unidos em 1910. Descobriu que selos de carta de outros países poderiam ser utilizados nos Estados Unidos – e eram mais baratos. Montou uma pirâmide, então, para vender selos estrangeiros nos Estados Unidos. Em fevereiro de 1920, o esquema tinha lhe rendido US$ 5 mil; em março, US$ 30 mil; em maio US$ 420 mil; em julho US$ 1 milhão. Foi uma febre que se espalhou por todos os Estados Unidos, levando famílias a venderem suas casas para entrar no jogo. A corrente quebrou, Ponzi foi detido, pagou fiança e fugiu para o Rio de Janeiro, onde terminou seus dias como representante de linhas aéreas. Morreu em 1949, em um hotel para indigentes no Rio.

(...)
O esquema TelexFree
O golpe da TelexFree só no ano passado pode  ter movimentado R$ 300 milhões. Se a Polícia Federal não atuar rapidamente, o golpe poderá ser de US$ 1 bilhão. Esse golpe foi montado inicialmente no Brasil, com características próprias da era da Internet. Depois, conseguiu-se um parceiro norte-americano. O cabeça da operação foi o empresário capixaba Carlos WanzelerO golpe se valeu de um modelo de marketing denominado de "multinível" - que é legítimo e adotado por empresas respeitáveis. Trata-se de um modelo de vendas porta-a-porta, na qual há espaço para dois tipos de vendedores: o vendedor comum, que recebe um percentual sobre o que vende; e o chefe de equipe, o vendedor que logrou montar uma equipe trabalhando por ele, que recebe pelo que vende e pelo que vendem seus seguidores.

O que diferencia uma empresa séria da golpista é a receita auferida com a venda final do produto. Quando a remuneração de todos é função direta da venda de produtos, o modelo é auto-sustentável. Quando a forma de remuneração é o pagamento de quem entra, e a manutenção da rede depende do crescimento exponencial dos participantes, é golpe. No caso da TelexFree, o golpe - óbvio, evidente - fundou-se em duas características da Internet. A primeira, a de oferecer um produto que não existe fisicamente: a possibilidade de fazer ligações de VOIP (telefone através da Internet) pela empresa TelexFree. A corrente consiste em colocar anúncios na Internet vendendo os serviços da TelexFree. Cada anúncio acarretaria um ganho de US$ 20,00 para o vendedor. De cara, há dois furos evidentes. O fato de que anúncios em Internet custam muito menos do que US$ 20,00 e o total descasamento entre o faturamento da empresa de VOIP e o volume de vendas de anúncios.
Teoricamente, o faturamento das novas assinaturas de VOIP deveria bancar o lucro dos vendedores. Hoje em dia, o VOIP é oferecido por gigantes, como o Skype (da Microsoft), Google e Facebook. Uma conta Premium do Skype não sai por mais que US$ 5 dólares mês. Já a assinatura da TelexFree é de US$ 50 (!). Ou seja, a empresa tem um produto que jamais competirá no mercado. No entanto, a quadrilha valeu-se da segunda característica da Internet - a rápida propagação de informações -, para montar esquemas em várias partes do mundo. Acabou tornando-se uma franquia para trapaceiros de várias nacionalidades, a maior parte dos quais do Brasil.
Como o norte-americano James Merril entrou na história
O modelo da pirâmide TelexFree foi inteiramente desenvolvido por Wanzeler, através do site Disk à Vontade, já vendendo as ligações VOIP em 2009. A dificuldade maior dos golpistas era passar credibilidade em relação ao negócio. Quando percebeu a potencialidade do golpe, Wanzeler resolveu sofisticar. Localizou uma empresa norte-americana especializada em VOIP, a Commons Cents Communications, aproximou-se do dono James Merril, e entrou como sócio da companhia. No site da empresa (www.telexfree.com) informa-se que ele entendeu a potencialidade do negócio quando conheceu brasileiros. No Brasil, Merril passou a ser apresentado como o gênio do marketing multinível e da VOIP.

O blog "Meu Dinheiro em Casa" fez um belo levantamento sobre o registro da empresa nos Estados Unidos. Descobriu que, no registro da TelexFree nos Estados Unidos, pela Secretary Commonwealth Corporations Division (SEC), 1) a empresa se chamava Commons Cents Communications e foi alterada para Telexfree em 15/02/2012. 2) A empresa original não era de marketing multinível (a especialização das empresas de marketing que trabalham com sistemas semelhantes, mas em cima de produtos reais). 3) No registro, Merril aparece como presidente. Mas o golpista brasileiro, Wanzeler, dono da Disk à Vontade e da Ympactus, é tesoureiro e diretor.
As conclusões do blog foram taxativas:
A Telexfree jamais existiu como marketing multinível nos Estados Unidos. O contrato é claramente celebrado entre o divulgador e a Ympactus Comercial LTDA e não com a Telexfree INC. Se a Ympactus pertence a Carlos Wanzeler e ele é um dos proprietários da Telexfree INC e da Disk a Vontade, ele é o principal mentor do negócio. Disk a Vontade, Ympactus e Telexfree são a mesma coisa, apesar de não o ser juridicamente. No entanto, a parceria com o norte-americano acabou fornecendo a capa de credibilidade de que o esquema necessitava no Brasil. No site, a TelexFree é apresentada como uma multinacional norte-americana. Tempos depois, a Gazetaonline descobriu que o prédio americano era um local de escritórios virtuais, no qual o TelexFree tinha apenas um endereço. Esses escritórios alugam endereços para empresas e locam salas para reuniões esporádicas.

(...)
Minha Vez...
Não faço ideia quanto ao desfecho desse caso, até porque, enquanto golpistas aceleram na velocidade da fibra ótica, o aparelho que deveria regular e fiscalizar tais ações viaja na velocidade analógica das conexões discadas. Existem, sim, formas de se ganhar dinheiro com sistemas sustentáveis, mas demandam criatividade, articulações, liderança, talentos empreendedores, etc. Qualidades indispensáveis que faltam a maioria das pessoas que procuram tais esquemas. Recebo dezenas de emails de "correntes", o mais recente tem recrutado muitas pessoas na cidade de Birigui. Alguns são policiais! Trata-se da tal corrente onde se envia R$ 2,00 para 6 pessoas. Não precisa ser gênio para sacar que o esquema não prosperará muito. Basta que alguém quebre a corrente para a conta deixar de receber os valiosos depósitos de R$ 2,00.

Todo esquema pirâmide (diferente de multinível), é golpe! Obviamente os primeiros que entram no esquema são favorecidos, mas quantos desses primeiros são reais? Em quase todos os casos os primeiros são o próprio idealizador com contas diferentes, possivelmente de laranjas! Não será a última vez que sistemas assim explodirão e implodirão em espaço de tempo matemático. Ainda mais com o poder que possui a internet! Vídeos na internet com casos de pessoas que tiveram sucesso com o esquema são quase na totalidade montagens grosseiras de uma realidade virtual apenas.

Acredito que isso ainda vai durar um tempo e mais pessoas ainda vão aderir ao sistema, mesmo porque a empresa tem recursos para estender a farofada e a nossa legislação permite a prolixidade. Muitos já estão defendendo a TelexFree na rede e até um desfecho (provavelmente trágico para muitos), ainda se verão muitos testemunhos e exemplos de vitória para contrapor as denúncias. Não será a última vez que veremos esquemas dessa natureza. Desta vez, concordo com Nassif.

Nenhum comentário:

Postar um comentário