Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

domingo, 21 de julho de 2013

Parreira elogia 'química' do povo e Seleção e diz: 'Grupo não está fechado'

Parreira elogia 'química' entre povo e Seleção e cogita 'mudanças pontuais'

Coordenador exalta resgate do orgulho de jogar no Brasil, afirma que grupo não está fechado, mas avisa que 'não é hora de abrir o leque' de opções 

“O campeão voltou”. O grito entoado por mais de 70 mil torcedores que lotaram o Maracanã para assistir à vitória do Brasil por 3 a 0 sobre a Espanha, na final da Copa das Confederações, não mexeu apenas com os jogadores que suaram a camisa para conquistar o tricampeonato do torneio. Os ecos no estádio após o terceiro gol, marcado por Fred, logo no início da etapa final, mexeram com um veterano. Um veterano tetracampeão do mundo. Os brados deixaram o coordenador da Seleção, Carlos Alberto Parreira, ainda mais motivado para buscar mais um caneco: o da Copa de 2014.
- Durante o jogo, o grito de “o campeão voltou” foi muito forte. Aquilo ali para mim foi muito emblemático, porque não partiu de uma agência de publicidade, de um criador de slogan. Foi uma coisa que, vou usar uma palavra forte, saiu das entranhas do torcedor. Foi espontânea, voluntária. Se eu fosse um homem de empresa, eu patenteava esse slogan e colocava como o slogan da Copa. Tem que ser a nossa bandeira. Foi maravilhoso, importante. Nem achei o “olé” tão importante, mas “o campeão voltou” significou muito.
E para um profissional de 70 anos, que já foi campeão do mundo em 1970 (como preparador físico) e em 1994 (como treinador), tal afirmação tem muito peso. Num bate-papo por cerca de uma hora na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, Parreira ressaltou a volta do apoio do torcedor brasileiro, que foi crescendo após as atuações e no decorrer do torneio.

- Isso é uma empatia. Empatia é troca. Nós, de certo modo, construímos esse apoio. Tudo com seriedade, trabalho, as vitórias que foram acontecendo. As pessoas foram acreditando, e a Seleção chegou à final numa apoteose total no Maracanã. Foi bom no Castelão, em Porto Alegre, em Minas. Mas o ápice foi no Maracanã, contra a Espanha. Era o jogo que o mundo todo queria ver. Coincidiu tudo num dia só. O time está numa crescente de motivação, de consolidação tática. Não tinha como perder aquele jogo. Sabíamos que não iríamos perder.
Mosaico Parreira  (Foto: Editoria de Arte)


Mas não foi apenas o apoio do torcedor nos estádios que encheu a Seleção de motivação. As manifestações pelo Brasil no período da Copa das Confederações também mexeram com o brio dos atletas e da comissão técnica. Na opinião de Parreira, a ligação do grupo com os brasileiros cresceu ainda mais após os protestos que tomaram conta do país.

- Sem dúvida. Veio da rua (a vontade acentuada de vencer o torneio). Foi construída uma empatia, uma sinergia, uma química, como o americano gosta de falar: “the chemistry”. Estive lá nos Estados Unidos por dois anos e como essa palavra é usada no esporte. É usada entre técnicos, jogadores, imprensa, empresas, no amor, na vida pessoal. A química não se explica. Conseguimos isso com o torcedor. Fui pegar o Felipão num hotel e todos queriam autógrafos, fotos. As pessoas estão radiantes, felizes e confiantes.

Parreira fez questão de afirmar que as manifestações dos jogadores pelas redes sociais foram espontâneas. Segundo o treinador, a comissão técnica até alertou o grupo sobre publicações com informações internas da preparação, mas deixou os atletas à vontade para expressarem suas opiniões em relação aos protestos.

- Nós não nos envolvemos com isso. Deixamos claro: política é uma coisa e futebol é outra. Não tem como misturar. Os jogadores ficaram num momento difícil. Tivemos uma reunião séria de como lidar com isso, como participar, ser solidário. Passamos a mensagem, com a nossa experiência, dizendo que a melhor resposta, a melhor contribuição, seria a vitória. E falamos para eles participarem. Eles não precisavam ficar alienados de tudo. Falamos para eles participarem com as mídias sociais de cada um. Não precisava envolver a CBF como instituição. Como cidadãos, eles poderiam se manifestar – revelou o coordenador.

Na conversa, o coordenador da Seleção não deixou perguntas sem respostas. Pediu um amistoso com a Alemanha antes da Copa de 2014. Afirmou que o grupo para o Mundial ainda está aberto, mas que a comissão técnica não “abrirá o leque”. Mostrou-se chateado com afirmações no período de sua chegada e de Felipão de que estaria ultrapassado para comandar o Brasil. E não deixou de questionar sobre o que é estar atualizado no futebol mundial.

- Qual é o parâmetro para dizer que estamos ultrapassados? É uma coisa gratuita? Se vamos ver todos os jogos na Europa, vemos todos os vídeos, participamos de cursos na Uefa. Qual é o parâmetro? E agora? Somos ultrapassados? Ganhamos de quatro campeões do mundo. Agora somos atualizados? O que é estar atualizado? Resultado não é só em função do conhecimento dos treinadores. Você pega o Manchester United, o Chelsea. As pessoas que falam isso já viram um treino do Ferguson ou do Mourinho? São grupos com jogadores que, em sua maioria, atuam em seleções. Qual é o segredo? Controlar a vaidade. O difícil é fazer o que fizemos. Pega um deles e coloca aqui para disputar o Brasileiro para ver o que vai dar.

Confira abaixo os principais trechos do bate-papo com Parreira:

GLOBOESPORTE.COM:
A comissão técnica atual assumiu o comando da Seleção no fim do ano passado. Você poderia fazer um balanço do trabalho até aqui?
CARLOS ALBERTO PARREIRA: Nós começamos efetivamente em novembro quando fomos anunciados. O mês de dezembro foi praticamente todo de planejamento. Desde os anos 70 é a primeira vez que a seleção brasileira tem um planejamento completo até a Copa. Cuidamos dessa estrutura, a montagem da comissão técnica e o acompanhamento dos jogadores.  Alguns não tinham sido convocados ainda. Outros foram chamados, mas não foram aproveitados. Dentro da nossa concepção, com o Felipão, que é o treinador, junto com a comissão técnica, fizemos a montagem do time e começamos contra a Inglaterra (derrota por 2 a 1, em Wembley, em fevereiro de 2013). Se você comparar o primeiro jogo até o último da Copa das Confederações houve um salto de qualidade muito grande em um curto espaço de tempo. Definimos dois objetivos: montar o time e dar uma cara, uma identidade, uma maneira de jogar à equipe.
Parreira Felipão treino Brasil BH (Foto: Marcos Ribolli)Parreira e Felipão: ótimo entrosamento no primeiro teste (Foto: Marcos Ribolli)


Surtiu efeito?
Há muitos anos, o Brasil não vencia uma equipe de ponta. Ganhamos de quatro campeões do mundo e acabamos com esse problema. Além da vitória, que te dá confiança, tranquilidade, o mais importante foi o reencontro da Seleção com o torcedor, que voltou a confiar. Foi importante para os jogadores voltarem a confiar no potencial deles. Sempre dissemos que eles eram bons e que poderíamos vencer a Copa, e nós vamos ganhar. É questão de montar o time e vocês (atletas) acreditarem. Agora, eles passaram a acreditar. Outra coisa: pairava uma dúvida se era bom jogar no Brasil, pressão grande, o torcedor é impaciente... A Copa das Confederações dissipou qualquer dúvida.  É bom jogar no Brasil. É bom ter o torcedor, que é o 12º jogador, ao nosso lado. Ficou muito claro isso para nós. Tocou todo mundo de uma maneira positiva. Estamos no caminho certo.
Além da manifestação do torcedor, viveu outro momento marcante durante a Copa das Confederações?
Nesses anos todos que eu trabalhei com a Seleção, eu nunca tinha passado por um momento tão especial, tão emocionante, como esse no Maracanã. Os outros também foram. Era a Espanha, numa final, no Maracanã, um estádio emblemático do futebol mundial, um ícone do futebol. Era a campeã do mundo, que estava invicta há 29 jogos, não sofria gols há três competições oficiais. Vencia por 1 a 0, 2 a 0... Tinha todo um sabor especial vencer a Espanha nessa decisão.
Nesses anos todos que eu trabalhei com a Seleção, eu nunca tinha passado por um momento tão especial, tão emocionante, como esse no Maracanã. Os outros também foram. Era a Espanha, numa final, no Maracanã, um estádio emblemático do futebol mundial, um ícone do futebol."
Parreira, sobre a decisão contra a Espanha
O sistema tático implantando na competição impressionou muitos especialistas, principalmente no exterior. Marcar os gols logo início, pressionar a saída de bola...
 Você não pode prever o momento que vai sair o gol. Você pressiona para isso e por sorte saíram no início. Por iniciativa do Felipão e adesão dos jogadores, tudo isso aconteceu. Marcar pressão não é chegar lá e falar que vai marcar pressão. É preciso estar treinado, coordenado, mentalizado, estar bem fisicamente. Não é fácil. O Felipão dizia: “vamos apertar?”. Eles diziam: “vamos”. Contra a Espanha: “vamos mudar?”. Eles responderam: “não vamos mudar nada. Vamos sair em cima deles”. Nem sempre você pode sair dessa maneira. É impossível marcar pressão o tempo todo.  O time está condicionado para isso, para marcar tiro de meta. Quando não dá para fazer, vamos voltar para o nosso campo e fechar os espaços. A maneira de jogar é essa. Se possível apertar na frente. Fizemos muitos gols com bolas tomadas na intermediária do adversário. Cerca de 60% dos gols que fizemos foram em bolas tomadas no campo do rival. A Seleção está aprendendo a dominar esses dois aspectos do jogo:  marcação mais à frente e marcação mais atrás. Criamos um slogan importante entre nós: “dentro do nosso campo, da nossa metade, ninguém joga”.

O título mudou o patamar da Seleção?
Claro que mudou. Os adversários vão ver a Seleção de outra maneira.
Em sua opinião, o ranking da Fifa vale alguma coisa?
Não. Nós aqui sequer, com toda sinceridade, mencionamos isso. Não foi falado por ninguém. Você não disputa eliminatórias. Para quem não disputa as eliminatórias, esse ranking não tem validade. Nós ganhamos uma competição oficial e saímos da 22ª colocação para a nona. A importância dos jogos oficiais é essa. Quem não joga partidas oficiais, não tem chance de crescer no ranking. Ninguém nunca tocou ou se incomodou com isso.
O comportamento e o comprometimento dos jogadores foram importantes?
Claro que é um diferencial. No futebol, tudo começa com um sonho. Eles precisam sonhar que, em 2014, no dia 13 de julho, o Brasil será campeão do mundo. Mas não basta ficar no sonho. Eles precisam partir para a ação. Toda grande conquista do homem começou com um sonho. Alguém sonhou antes, alguém pensou. É preciso trabalhar, suar, precisa se dedicar. Eles precisam entrar em ação. Mas isso exige sacrifício, determinação, trabalho, muita renuncia.

O grupo é mais ou menos o que disputou as Confederações?
Todos têm chance. Em um ano muda muita coisa na vida de todo mundo. Tenho o exemplo da Copa de 2006. Em 2005, nós fomos primeiros colocados nas eliminatórias, vencemos a Copa América, a Copa das Confederações. Vencemos a Alemanha e a Argentina na competição. Se a Copa tivesse acontecido três meses depois, nós teríamos sido campeões do mundo. Mas um ano depois, muita coisa mudou. O Del Bosque tem uma frase que pode ser lapidada em que ele diz: “o futebol é um esporte de momento”. Não basta ter sido campeão das Confederações de 2005 que será campeão do mundo em 2006. Aconteceu com a Argentina e com a França em 2002, que eram favoritas ao título. Uma tinha sido campeã da Copa das Confederações e a outra tinha sido a primeira nas eliminatórias. As duas não passaram nem da primeira fase. O mundo todo apontava as duas seleções como favoritas, inclusive eu. Não era o momento. O Brasil era o favorito de 2006, chegou às quartas de final e não foi campeão. O título da Copa das Confederações nos mostra que estamos no caminho certo.  Devolveu a autoestima e a confiança do torcedor e do grupo.

Já está fechado?
Não vamos falar em nomes. Mas não existe grupo fechado. O próprio Felipão deixou isso muito claro e é nossa opinião. Caminhamos muito na formação de um grupo. Não quero colocar números porque isso não funciona.  Mas caminhamos para ter uma base formada, que  dificilmente será mexida. Mas não significa dizer que não tenha oportunidade para outros jogadores. Existe sim. Vamos continuar observando, olhando. A ideia é melhorar sempre. Você precisa melhorar sempre. Não tem essa de que não se mexe em time vencedor. Estamos atentos ao que está acontecendo. Temos um sistema em que vemos jogadores em todos os lugares do mundo.
O leque será aberto? Buscarão mais opções de jogadores?
Agora não é hora de abrir o leque. Abrir o leque você faz no primeiro e no segundo ano. Quando chegamos ao terceiro e quarto anos, você vai afunilando. Na África do Sul, eu fiz uma pirâmide e fui observando os jogadores nos primeiros anos. O máximo que você puder. No terceiro ano, nós tivemos a Copa Africana. E no último ano, você afunila para definir o time. A um ano da Copa, nós passamos da metade da base. Agora é pontual. Mudanças pontuais apenas.
A intenção é escolher adversários fortes nos oito jogos que restam antes da convocação final para a Copa do Mundo?
Não somos nós que escolhemos. Sempre enfatizamos que queremos adversários fortes. Mas não temos o que reclamar. Se antes tinha China, Iraque... Desta vez, nós pegamos duas vezes a Inglaterra, a França, a Rússia, a Itália. Foram ótimos os amistosos. Teremos em setembro, Portugal e Austrália. A Suíça, em agosto. O nível está ótimo. Queremos jogar contra a Alemanha e estamos pedindo. Mas não temos datas. Já tentaram, mas os caras disseram que não dá.
Existe a chance de mais amistosos no Brasil?
Vai ser difícil ter mais jogos no Brasil. Em setembro será aqui. Pode ser que um de novembro ou um de outubro sejam aqui no Brasil. Temos o interesse de ter mais um jogo aqui, mas é difícil.

O presidente José Maria Marin deu a entender em uma entrevista recente ao jornal “O Globo” que o volante Ramires, do Chelsea, ficou fora da Copa das Confederações por conta de um jantar.
Esse assunto nós estamos fora. Não queremos falar disso.
Comportamento é um dos requisitos para estar no grupo ou voltar à Seleção?
Depende do jogador. As portas não estão fechadas. Se o cara estourar... A parte técnica e a comportamental andam juntas. Ninguém foi desconvocado ou convocado pela parte técnica ou pelo comportamento. Claro que precisa ter um comprometimento, uma linha de conduta. Nunca afirmamos que o jogador A, B ou C não foi chamado porque não se comportou bem. Vocês (imprensa) é que estão concluindo que o Ramires não foi convocado por isso ou aquilo. Que o Ronaldinho não foi porque chegou atrasado.
Mas o presidente falou...
Não foi bem assim que ele disse. Isso tudo pode ter contribuído, mas não foi só por causa disso.
Jogadores não vão para a Europa para aprender a jogar futebol. Foi muito bom o Neymar ter jogado o que jogou aqui antes de ir para o Barcelona porque iriam falar: “jogou aquilo tudo porque foi para o Barcelona”. Ele joga aquilo mesmo. Ele é o Neymar"
Parreira
Muitos jogadores que atuavam no Brasil até a Copa das Confederações se transferiram para o exterior. Isso é um ganho?
Jogadores não vão para a Europa para aprender a jogar futebol. Foi muito bom o Neymar ter jogado o que jogou aqui antes de ir para o Barcelona porque iriam falar: “jogou aquilo tudo porque foi para o Barcelona”. Ele joga aquilo mesmo. Ele é o Neymar. Não é que futebol lá seja mais organizado, mas é um país menor. Os europeus se mataram nessas viagens pelo Brasil, principalmente a Itália. Eles foram para Recife, Brasília... Não estão acostumados. Mudança de clima, tempo de viagem. Na Europa, jogar na Espanha, na Alemanha, na Inglaterra, é tudo pertinho. Você vai de ônibus. Para o jogador é bom. Ele se desgasta menos, se poupa mais. Eles crescem profissionalmente. Ele aprende a comer, a se vestir, a falar outro idioma, outra cultura, a se comportar em equipe, a ter deveres e obrigações, aprende a trabalhar em um clube em que ele é mais um. Em todo  clube acontece isso. Às vezes, eu via o Gullit poupado em algumas partidas na Holanda. O Milan do Ancelotti, quando o Cafu e o Kaká voltavam da Seleção, eles não jogavam. Ficavam fora da partida. O jogador sente que não é imprescindível. Quando ele retorna ao Brasil, volta melhor, com um crescimento, sem perder as qualidades técnicas. Ele continua sendo um jogador brasileiro, com outra concepção tática e com uma melhor leitura de jogo.
O momento foi o ideal para o Neymar ir para a Europa?
 O Neymar ter ido nessa janela foi perfeito. Não vai atrapalhar em nada. Quando jogarmos na Europa, ele já vai estar lá. Vai cansar menos.
O Neymar tem chance de ser o melhor do mundo?
Não podemos falar do que não dominamos. Ele tem tudo para em três anos brigar para ser um dos melhores do mundo. Não é surpresa. Sempre acreditamos que ele seria o nosso diferencial. Não é surpresa nenhuma para nós. Por que o Neymar não ganha um banco? Não fica na reserva? Isso eu li e ouvi de muita gente antes da Copa das Confederações.
Foi o Neymar que escolheu a camisa 10?
Nunca me preocupei com esse negócio de número na Seleção.  O Américo (Faria, supervisor da Seleção no período em que Parreira foi treinador do time canarinho) era quem distribuía as camisas na minha época. A 10 caiu bem no Neymar. Ele é o nosso jogador diferenciado.
Felipão e Parreira, Brasil e Japão (Foto: Mowa Press)Parreira diz que está na Seleção para ajudar Felipão, mas decisão é sempre do treinador (Foto: Mowa Press)
Como é a relação com o Felipão? E como foi o episódio da entrada do atacante Bernard na partida contra o Uruguai?
A relação está ótima. O trabalho está indo bem porque a comissão técnica precisa estar afinada. Temos que nos respeitar, que se gostar, estar unidos. Estou bem tranquilo nessa posição porque tive um ótimo mestre, que foi o Zagallo. Ele foi o meu coordenador por sete ou oito anos. Disse ao Felipão que a relação seria igual ao do Zagallo comigo. Ele me ajudava,  opinava e eu decidia. Vou ajudar o Felipão com o Murtosa, e ele vai decidir. Está tudo ótimo. Ele tem confiança e sabe que estamos ali para ajudar. O treinador está ali e é muita pressão, torcida gritando. Naquele jogo contra o Uruguai, eu e Murtosa estávamos vendo o jogo racionalmente e sentíamos que precisava ser feita alguma coisa. O Hulk estava cansado, é pesado e não sabe se poupar. Tínhamos o Lucas, que tinha entrado em dois jogos, o Jadson e o Bernard, que nunca tinha jogado pela Seleção, e atuava bem por aquele setor. A partida era em Minas. O Lucas tinha entrado num e tinha ido bem. Entrou em outro jogo e não tinha se saído tão bem. Ele decidiu colocar o Bernard e achamos ótimo.
Idade é algo importante no momento de chamar para a Seleção?
A idade não é tão fundamental. O nosso futebol, pelo ritmo cadenciado, favorece jogadores de 39, 40 anos. Quando o Seedorf veio para cá é porque não dá mais para ele lá (na Europa). Quando o Zé Roberto veio para cá foi pelo mesmo motivo. O Lúcio também. Os caras deixaram voltar. Chegam aqui e jogam bem. São bons jogadores, continuam sendo bons jogadores e se destacam aqui. O Juninho foi para os Estados Unidos e retornou. Mas não sei o que houve. O futebol lá é corrido. Com certeza a velocidade do jogo não é mais para a idade dele. O Seedorf está se impondo até pela condição física. O Matthaus, da Alemanha, veio para ser técnico do Atlético-PR. Ele ficou três meses, voltou para Alemanha e não retornou ao Brasil. Nunca mais voltou. É muito diferente.
Neymar com Pique copa das confederações (Foto: Agência Getty Images)Parreira, sobre Neymar: 'A 10 caiu bem nele. É o
nosso jogador diferenciado' (Agência Getty Images)
Quando assumiu a seleção brasileira com o Felipão, você prometeu o título da Copa do Mundo de 2014. A promessa continua?
O sonho qual é? Ser campeão do mundo. Não tem outro. Causava até certo espanto quando eu pensava: “não é possível que ninguém diga que o Brasil tem que ser campeão do mundo jogando em casa”. O pessoal estava tímido, respeitoso. Nessas horas, você precisa ser ousado. Tem que acreditar. É impensável, inimaginável, que a gente não ganhe a Copa em casa. O plano B não existe. Se vamos conseguir ou não, eu não sei. O pensamento precisa ser esse.
O goleiro Diego Cavalieri apareceu em uma rede social apenas de toalha em uma foto postada pelo atacante Hulk. Algo foi conversado com os jogadores em relação ao uso das redes sociais?
Não teve nenhuma declaração de impacto. Se tivesse, vocês teriam publicado. Se não saiu nada nosso é porque nada chamou a atenção. Os jogadores souberem se comportar. Houve um aviso do Felipão: “coisas internas nossas não podem ser divulgadas”. Em relação à manifestação, o pessoal tinha livre arbítrio. Cada um é responsável pelo que faz. Aquela foto não tinha nada a ver. O Hulk tirou uma foto inofensiva. Ele nem deve ter visto o Cavalieri ali atrás.
A preparação da Seleção para a Copa do Mundo será na Granja?
Sim, a Granja é a nossa casa. Só a partir das oitavas ou quartas que é obrigado a ficar na sede da partida. É uma determinação da Fifa. A Granja está bem adiantada. O local só precisava ser atualizado.
Os gramados dos estádios em que a Seleção atuou estão aprovados?
Todos muitos bons. Menos o de Brasília que não estava no mesmo nível dos outros. Um dia eles colocaram o gramado e 20 dias depois estavam jogando um amistoso. Eles têm tempo para corrigir até a Copa. A Fifa, no ano da Copa, três meses antes, ela proíbe todas as atividades no estádio.

 

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